VI FÓRUM SOCIAL DE PALMELA
No passado dia 13 de novembro, a
Biblioteca Municipal de Palmela foi palco de um importante encontro, promovido
pelo CLASP (Conselho Local de Ação Social de Palmela), subordinado ao tema Portugal 2020: Que Oportunidades para um Crescimento
Inclusivo?
Na parte da manhã, na sessão de
abertura, o Dr. Adílio Costa, Vereador e Presidente do CLASP, falou-nos sobre a
Rede Social de Palmela, seguido de outros distintos oradores, nomeadamente o
nosso Presidente da Autarquia, Dr. Álvaro Amaro.
Logo de seguida, os Engenheiros
Luís Machado e Demétrio Alves apresentaram aspetos técnicos da CCDR-LVT
(Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo) e
da AML (Área Metropolitana de Lisboa). Após um breve intervalo, foi a vez da
Drª Manuela Sampaio da ADREPES (Associação para o Desenvolvimento Rural da
Península de Setúbal). E assim, após um pequeno debate, terminou o primeiro
painel, moderado pelo representante da Autarquia, Dr. Joaquim Carapeto,
dedicado ao tema: Portugal 20 – Operacionalização na Região de Lisboa.
Estratégias e Instrumentos Locais.
Após o almoço, decorreu o segundo
painel, intitulado: As Práticas e as Experiências Inspiradoras, moderado pela
Drª Sandra Araújo, representante da EAPN (Rede Europeia Anti Pobreza Portugal).
A primeira oradora, Drª Carlota
Quintão, da A3S (Associação para o Empreendedorismo Social e Sustentabilidade
do Terceiro Setor), além de ter desafiado os presentes para a definição de Rede
Social, deu-nos a panorâmica histórica do conceito de associativismo e
apresentou o modelo da Inovação Socia e seus estádios em espiral. Depois
referiu algumas instituições com as quais trabalha, como a Casa do Trabalho e a
Cooperativa de Solidariedade D. Leonor.
A segunda oradora, Drª Cláudia
Pedra, apresentou o tão dinâmico, mas ainda pouco conhecido projeto designado
BVS (Bolsa de Valores Sociais), plataforma que produz «lucro social» e já
beneficiou mais de 28 000 pessoas em poucos anos. Os projetos são cotados como
se da Bolsa se tratasse e qualquer pessoa pode comprar ações (custam 1 euro),
apesar de terem empresas fidelizadas. Falou-nos de vários projetos em concreto,
como Cozinhar o Futuro, ADENORMA, Projeto Ouço, Logo, Vejo e outros. Para mim, este foi o momento mais
interessante, tal como o do debate que se seguiu.
Após uma emocionante atuação de
jovens da APPACDM, foi a vez da conferência A
Rede Social e o Acordo de Parceria 14-20, proferida pelos representantes do
IESE (Instituto de Estudos Sociais e Económicos), Drª Catarina Pereira e Dr.
Rui Godinho; foi também muito interessante e colocou a tónica no envolvimento
das populações, sublinhando o papel pioneiro da nossa autarquia neste âmbito.
Foram apontados outros desafios contemporâneos, como a Governança Multinível, a
Orientação para os Cidadãos, a Integração Territorial de Políticas e a
orientação para os Resultados. Sobre este aspeto, a assistência manifestou
preocupação com esta onda focada em resultados e os efeitos perversos que podem
daí advir, dando mesmo o exemplo das escolas que trabalham em função de
rankings, formatando alunos e rejeitando os que poderão inquinar os resultados,
caminhando para a exclusão, em vez da inclusão pretendida.
Relativizou-se estes medos,
convocando os conceitos de ciclo avaliativo e teoria da programação que não têm sido levados a sério.
No fundo, como a ciência social
é, em termos históricos, ainda muito recente, o positivismo e a obsessão pelo
quantitativo ainda imperam. Confunde-se, muitas vezes, fins com meios e o
segredo está no modo como se deverá traçar os objetivos e ainda no uso da
avaliação criterial. A medição deve fazer-se em função do ponto de partida,
nunca esquecendo que a meta deve ser o mais ambiciosa possível, mas os
objetivos deverão ser sempre alcançáveis.
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