domingo, 31 de outubro de 2021

 

O PROJETO MAIA E A MORTE EM EFÍGIE




Tal como um óleo sobre tela no Museu Rainha Sofia anuncia o fim trágico de Duchamp, mato aqui a imagem, já que não posso nem devo matar o réu!

Há escolas que estão a assassinar o projeto MAIA (outras, não!) e passo a elencar os meus motivos:

ü  O pendor classificativo, confundindo avaliar com classificar;

ü  O foco no avaliar/classificar, em vez de usar a avaliação como um meio de melhorar o ensinar/aprender;

ü  O desprezo total pela riqueza da avaliação informal;

ü  O foco no fabrico de grelhas/instrumentos;

ü  A sobrevalorização do sossegar os Encarregados de Educação, em vez de os envolver e educar;

ü  A separação entre o Conhecer e o Comunicar, numa perfeita ignorância sobre o conceito de Competência, traduzido pela doce, mas estreita expressão inglesa de «skills»;

ü  O medo da Supervisão Pedagógica horizontal, como se fosse um bicho papão, desaproveitando ferramentas que poderiam ajudar a não assassinar o paradigma avaliativo subjacente ao projeto;

ü  O princípio de Peter, que impede uma boa seleção de recursos humanos.

Assim, um projeto que poderia funcionar como poderosa alavanca para mudar as práticas está, em certas escolas, a fazer-nos recuar aos tempos da chamada primeira geração avaliativa, com as perdas que isso implica, pois já devíamos estar na quarta geração avaliativa, a da avaliação como um processo socialmente construído.