O EXAME DE HISTÓRIA A, A ENGENHARIA AVALIATIVA E O COSTISMO
Na passada sexta-feira decorreu,
no silêncio do costume, o Exame de História A e, aparentemente, o grau de
dificuldade era o mesmo de sempre, com algumas artimanhas, também com algumas boas
ligeirezas, mas a exigir aquele grau de maturidade cívica e de interesse pelo
mundo, que os atuais alunos de Humanidades, infelizmente não têm!
Porém, olhando para as cotações,
percebe-se logo a intenção de obter resultados muito melhores, através de uma
engenharia classificativa sem precedentes, o que vai ser um presente para
todos: os classificadores, como eu, que fazem este trabalho de borla e sem
qualquer protecção, sentir-se-ão menos injustiçados; os bons alunos, que a
muito custo, lá chegavam ao 15 ou ao 16, agora, facilmente chegarão ao 20; os
alunos fracos que tiravam 5 ou 6, com esta nova distribuição das cotações,
podem muito bem chegar ao 10.
E qual foi a técnica?
Muito simples!
Aquela que já se pratica no Básico
há muito e que o Governo de António Costa tão habilmente executa: tudo na
mesma, mas parecendo que tudo melhorou!...
Pôr cada pergunta de escolha
múltipla (e daquelas tipo apertar os
sapatos sem se babar…) a valer 10 pontos e o desenvolvimento a valer apenas
20 é o exemplo mais significativo!
Vai render, mas então, mais uma
vez os professores serão considerados os maus, pois, andaram a levar a sério um
Programa complexo e exigente e depois, sem qualquer aviso, o exame valoriza,
não as questões de construção, mas as de seleção!
Concordo com o aligeiramento
daquelas questões, onde se remete apenas para 2 aspetos, em vez dos
tradicionais 3. Sim, essa foi uma melhoria e uma adaptação ao novo tipo de
aluno em fuga das outras áreas…mas esta burlazinha, esta engenharia dispensava-se
ou então anunciassem que era para brincar com o Programa.
E note-se que eu sou daquelas
pessoas que defendem um Programa aligeirado, tendo em conta que o 12º ano agora
é obrigatório e temos alunos diferentes, mas o que me impressionou foi a surpresa
e sermos os últimos a saber…
De resto, tudo óptimo!
Vamos finalmente ficar bem no
ranking e quem teve turmas este ano vai ser considerado melhor professor!
Tudo isso é bom!...
Je suis Costa! Je suis
Brandão Rodrigues!
Não se iluda, mesmo com o facilitismo da distribuição das cotações, não sei não! Muitos sairam do exame atordoados com aquela da Lei Fundamental do país no tempo de Salazar. Se não acertaram nesta, ai ai o resto! Esperemos e veremos se a média nacional não continuará nos 9,5/10.
ResponderEliminarInfelizmente, tinha razão. A média nacional continuou igual, mas há novidades: a comunicação social começou a enxergar a disciplina, finalmente repararam que a disciplina está mal, embora pensem que é só este ano! Deixá-los! Para eles só existiam as que designam de principais!
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