domingo, 15 de julho de 2018


O EXAME NACIONAL DE HISTÓRIA A,
OS MAUS RESULTADOS,
A FORMATAÇÃO DOS ALUNOS E OUTROS MALES…



O Exame de História A, até agora quase invisível, este ano começou a ser falado, o que é bom!
Eu própria falei dele há cerca de um mês e, para meu espanto, afinal, não se verificou o que me parecia certo na altura!
Como pode um exame, pela primeira vez tão facilitado, ter gerado resultados idênticos aos de sempre?
Pior: como pode ser considerado difícil? Será que por ser diferente, deduz-se que é difícil? Será que se anda a formatar alunos para um momento, em vez de os preparar mesmo?
Que estará subjacente a opiniões tão díspares?
Entre as várias opiniões destaco este artigo, por me parecer que contém quase todos os equívocos que urge extirpar.


Atentemos em alguns pequenos grandes detalhes da autora:

preparo alunos para exame

E se os preparasse para a vida, de acordo com um programa que apela ao desenvolvimento de competências cívicas, a pretexto dos temas?! ... Os tais temas que abrangem um tempo longo, desde a Antiguidade Clássica ao nosso século, como não podia deixar de ser, pois a compreensão do presente depende, obviamente, do estudo do passado!

classificadora, com uma formação, certificada pelo Iave

Aí tem razão, embora por motivos diferentes: acuso também o IAVE, mas por dar formação a classificadores, em vez de dar, primeiro, formação a professores, proibindo-os de iniciarem qualquer turma do 10º ano, sem antes perceberem o Programa, independentemente de haver avaliação externa. Sim, o IAVE separa ainda o ensinar/aprender do avaliar, portanto, gera estes casos, que, infelizmente, são a maioria!...

foram introduzidas grandes mudanças

Sim foram, mas para o facilitismo!
Omite a especialista (e não será por acaso) que nas respostas de construção, pela primeira vez se pede apenas 2 aspetos, em vez de 3, o que reduz o tempo necessário para construção das respostas e exige muito menos conteúdos, logo, facilita!
Isto aconteceu tanto na comparação, como no desenvolvimento e nas outras em que os verbos referir ou explicitar comandam as questões. Logo, se somarmos as cotações envolvidas, os alunos teriam muito mais chances de subir as notas.
Outra mudança aconteceu no item de transcrição, em que se pedia apenas uma expressão, talvez para combater a estranha estratégia que no ano passado se notou: os alunos vinham afinados para fazerem as habituais 2 transcrições, de um modo muito longo, na esperança de acertarem, nem que fosse por acaso. Seria mais difícil, se a expressão que se pedia não fosse do género de que cor é o cavalo branco de Napoleão! Assim, foi mais uma oportunidade de subirem as notas...mas nem assim se verificou!

Os conteúdos objeto de avaliação são em demasia, dos nove módulos ou temas, seis saíram

Nem merece comentário, mas é grave que em vez de vir de pais ou de alunos ou dos tais ditos explicadores/formatadores, venha de uma docente!

espraiando-se numa linha cronológica que se pode iniciar na Antiguidade Clássica e terminar na viragem para o nosso milénio
extenso, sobretudo o deste ano que se apresentou com inúmeras mudanças …  eu também o resolvi e não me chegaram os 120 minutos regulamentares

Idem…

As questões formularam-se de forma diferente e com subjetividade

Ainda bem, pois uma das principais competências a afinar nos estudantes do nosso século é precisamente a resiliência à mudança e levá-los a encararem a subjetividade como algo natural, pois somos sujeitos, não somos objetos é outra grande aposta dos pedagogos…

os critérios específicos de correção

Se a linguagem nos trai, então aqui a autora denuncia o que ela própria confessa: que teve formação recente do IAVE e ainda não assimilou, digo eu - classificar não é corrigir, nós não somos corretores, mas apenas classificadores, logo, não há critérios de correção…

A gritante desproporcionalidade de valores atribuídos a questões de seleção e a questões de redação de uma resposta em muito penalizou os alunos

Como até um leigo comentou, limito-me a transcrever o que consta no segundo comentário ao artigo:

14.07.2018 20:02
Claro que o que esta professora diz não prova nada do que quer contestar...

eliminaram-se os valores que se atribuíam ao domínio da comunicação escrita

Mais uma vez a linguagem a trair – não se atribuíam valores ao domínio da comunicação escrita; situava-se cada resposta num de 3 níveis de desempenho no domínio da comunicação escrita, o que faz alguma diferença…
E sim, se tivesse mais experiência, saberia que os mesmos desapareceram já no ano passado e também saberia que foram os próprios classificadores (não corretores!) a achar que se estava a penalizar duas vezes o mesmo aluno e pelas mesmas respostas, pois a atribuição dos níveis já os tinha subjacentes. E digo mais: na minha experiência de Supervisora vi muitas asneiras como esta: a um aluno atribuía-se um nível elevado nos descritores de desempenho no domínio da disciplina, mas, por ter erros ortográficos, por exemplo, situava-se esse aluno no menor nível no domínio da comunicação escrita. Também vi o inverso!...

Ao longo do 10.º, 11.º e 12.º anos, os professores de História alinham os seus instrumentos de avaliação com os moldes do exame

Pois, este é o grande erro – formata-se alunos, em vez de se implementar um currículo…

preparar os alunos para esse momento de avaliação externa

Idem…

E ao longo destes três últimos anos trabalhámos segundo um modelo e, no dia do exame, surpreenderam-nos com outro!

Idem…

promoveu formações para professores classificadores
distribuição das cotações e no número de questões
orientações claras e fidedignas de trabalho para o próximo ano letivo!

Nem me apetece comentar mais estes marcos linguísticos, reveladores de um paradigma que já não se usa…

Então, e as notas não subiram porquê?
Até eu que tenho este ano uma turma do 10º e tinha obrigação de ter previsto, até eu acreditei que, com tamanha engenharia, a média subia!
Não sobe, porque, apesar do facilitismo, os alunos acabam o 3º ciclo cada vez mais impreparados no domínio da Língua Materna e, por pressão social e outras, os piores vão agora para Humanidades, logo, não conseguem interpretar textos, muito menos construir textos…
Significa que acredito no determinismo e nessa divisão tão novecentista de melhores e piores?
Claro que não!
Já que os temos, temos que trabalhar com eles, mas, com ovos de pior qualidade, as omeletes, saem piores e é o que está a acontecer!
E qual a solução?
É complexa, mas passa certamente por honrar o Ensino Básico, em vez de interpretar demagogicamente os ventos da mudança.
Em vez de interpretar os malefícios do chumbo a jusante, situá-los a montante.
Apostar numa verdadeira relacionação entre os vários níveis do ensino obrigatório, em vez de nos limitarmos a preencher tabelas!
Pensar no longo prazo e inscrever nos documentos oficiais da escola objetivos realistas e adaptados a cada realidade.
Formação de qualidade, atempadamente fornecida.
E já agora…acabar com a praga dos caderninhos de formatação para exame!!!!


E esta provocação!!!!!!!!

BIOGRAFIA de elisabte jesus
Natural de Vila Nova de Gaia, licenciou-se em História pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde também veio a concluir, mais tarde, o Mestrado em História Moderna. É investigadora e professora de História desde 2002. A partir deste ano iniciou também a colaboração com a Porto Editora na criação de materiais pedagógicos na área da História. É coautora de manuais escolares de diferentes ciclos de ensino.
A minha História de Portugal, publicada em 2014, foi o seu primeiro livro de referência destinado a crianças e jovens. A continuidade deste projeto surge agora com a publicação de A minha História dos Descobrimentos, no ano em que se celebram os 600 anos do arranque deste período.





sexta-feira, 29 de junho de 2018


A GREVE DOS PROFESSORES, O SENHOR DOS PASSOS E O GRÃO-DE-BICO


Sinto vergonha pelo modo como a minha classe tem sido tratada, tanto pelos governantes, como pela comunicação social e, sobretudo, pelos sindicatos, instituições que, supostamente, deviam defender a nossa imagem!
Mas sinto também vergonha pela hipocrisia de colegas que vêm a terreiro dizer baboseiras que toda a gente sabe ser mentira. Refiro-me, por exemplo à ideia de que os conselhos de turma são e sempre foram um momento de debate pedagógico, onde a avaliação é altamente ponderada por todos e onde o professor de cada disciplina tem um papel preponderante!
Quem está por fora pode até achar que sim e, portanto, admito que o incentivo lançado para que os pais protestem, faça sentido.
A verdade, porém, é que os conselhos de avaliação tornaram-se, há algum tempo, um espaço meramente burocrático, onde, quem ousar colocar questões pedagógicas é visto como aquele que empata reuniões e mandado calar! Sim, as notas são colocadas numa plataforma, ainda antes de os alunos entrarem de férias e aconselha-se que a chamada auto-avaliação culmine na informação dada ao aluno sobre a nota concreta que será atribuída. E alguns até chamam a este processo hetero-avaliação!
Também sobre aquela ideia de que o docente da disciplina é importante e deve estar na reunião, porque só ele sabe e pode fornecer dados concretos para o conselho tomar decisões fundamentadas, vou só contar um dos vários episódios caricatos que aconteceram mesmo (não, não é anedota!).
Uma Encarregada de Educação recorreu da nota atribuída à sua educanda numa determinada disciplina, fazendo as suas alegações direcionadas só para aquela disciplina. Repetiu-se o conselho de turma, o tal que é muito pedagógico! E o que aconteceu? O docente da disciplina em causa apresentou-se sem a caderneta e sem quaisquer elementos de avaliação, mesmo sabendo o que estava em causa. Como naquele conselho só uma docente trazia a caderneta, decidiu-se que se subia a nota daquela disciplina e pronto, caso arrumado! Nem estando presente um professor de moral, nem os protestos da colega…nada foi suficiente para o conselho se assumir na sua verdadeira vertente!
Por acaso, a mãe da aluna até nem era daquelas que por aí abundam ainda e não aceitou a decisão, pois o que pretendia era corrigir o que achava ser injusto e não que a filha passasse de ano a qualquer custo!
Repetiu-se a reunião e já nem sei qual o desfecho, nem me interessa isso agora!
Voltando à greve, que sindicatos são estes que, após estas duas semanas de massacre (tenho 3 turmas ainda sem avaliação e já fui convocada pelo menos uma dúzia de vezes para cada turma) vêm agora dizer que talvez haja outras estratégias para chegar aos objetivos? Então arrastaram a classe para a greve sem antes esgotarem as outras estratégias?! Qual o papel dos líderes sindicais afinal?
E o mais doloroso é ver os meus colegas completamente anestesiados e sem se revoltarem contra este sindicalismo anacrónico! Pelo contrário, gerou-se o maniqueísmo dos bons e dos maus e ai de quem puser em causa o politicamente correto!
Já recebi, nestes quinze dias, muitas lições sobre o que é ser solidário, mas esta desta manhã é um mimo. Dizia-me uma colega de outra escola, onde a direcção optou por suspender as reuniões e não por efetuar constantemente convocatórias…dizia ela que está muito solidária com os colegas mais novos, porque não vão chegar ao topo da carreira como ela (até aqui, tudo bem!) … e que está em casa, mas solidária, pois está a fazer trabalhos relacionados com a escola!
Em casa, no conforto do lar, mas solidária!...
Ri-me muito e lembrei-me de uma anedota que uma tia velhinha contava sobre dois pescadores, aflitos no alto mar, em perigo de vida…que fizeram eles? Prometeram que, se conseguissem safar-se, iriam pagar uma promessa – acompanhar a procissão do Senhor dos Passos com um grão-de-bico no sapato.
Tudo correu bem e no dia da procissão lá estavam eles.
A meio da procissão, um compadre sangrava do pé e o outro, caminhava como se nada fosse!
Baixinho, o primeiro, pergunta ao outro: compadre, como consegue caminhar tão bem?
E mostra-lhe o pé a sagrar…
O compadre responde: sabe, quando fiz a promessa referia-me a um grão-de-bico cozido!...
E assim vamos nós, classe tão solidária!...


domingo, 24 de junho de 2018

O EXAME DE HISTÓRIA A, A ENGENHARIA AVALIATIVA E O COSTISMO






Na passada sexta-feira decorreu, no silêncio do costume, o Exame de História A e, aparentemente, o grau de dificuldade era o mesmo de sempre, com algumas artimanhas, também com algumas boas ligeirezas, mas a exigir aquele grau de maturidade cívica e de interesse pelo mundo, que os atuais alunos de Humanidades, infelizmente não têm!
Porém, olhando para as cotações, percebe-se logo a intenção de obter resultados muito melhores, através de uma engenharia classificativa sem precedentes, o que vai ser um presente para todos: os classificadores, como eu, que fazem este trabalho de borla e sem qualquer protecção, sentir-se-ão menos injustiçados; os bons alunos, que a muito custo, lá chegavam ao 15 ou ao 16, agora, facilmente chegarão ao 20; os alunos fracos que tiravam 5 ou 6, com esta nova distribuição das cotações, podem muito bem chegar ao 10.
E qual foi a técnica?
Muito simples!
Aquela que já se pratica no Básico há muito e que o Governo de António Costa tão habilmente executa: tudo na mesma, mas parecendo que tudo melhorou!...
Pôr cada pergunta de escolha múltipla (e daquelas tipo apertar os sapatos sem se babar…) a valer 10 pontos e o desenvolvimento a valer apenas 20 é o exemplo mais significativo!
Vai render, mas então, mais uma vez os professores serão considerados os maus, pois, andaram a levar a sério um Programa complexo e exigente e depois, sem qualquer aviso, o exame valoriza, não as questões de construção, mas as de seleção!
Concordo com o aligeiramento daquelas questões, onde se remete apenas para 2 aspetos, em vez dos tradicionais 3. Sim, essa foi uma melhoria e uma adaptação ao novo tipo de aluno em fuga das outras áreas…mas esta burlazinha, esta engenharia dispensava-se ou então anunciassem que era para brincar com o Programa.
E note-se que eu sou daquelas pessoas que defendem um Programa aligeirado, tendo em conta que o 12º ano agora é obrigatório e temos alunos diferentes, mas o que me impressionou foi a surpresa e sermos os últimos a saber…
De resto, tudo óptimo!
Vamos finalmente ficar bem no ranking e quem teve turmas este ano vai ser considerado melhor professor!
Tudo isso é bom!...
Je suis Costa! Je suis Brandão Rodrigues!

quarta-feira, 13 de junho de 2018


A GREVE DOS PROFESSORES E O SINDICALISMO ANACRÓNICO




Será eficaz esta greve dos professores? Será mesmo eficaz qualquer greve de professores? Serão os nossos Sindicatos eficazes?

Se o fossem, nestes nove anos em que as carreiras estiveram congeladas, teriam conseguido, no mínimo, acabar com as famosas horas não letivas … que só o são para alguns felizardos! E mais, teriam acabado com a pouca vergonha da classificação de exames à borla!
Alguma outra classe com formação superior como a nossa, sofre estas humilhações? E onde estão os sindicalistas? Onde está o seu trabalho negocial?
Empurrar professores para a greve, como se de um sector industrial se tratasse, prejudica a própria classe docente que, para já, o que conseguiu foi a vergonha de ser equiparada aos polícias, aos funcionários dos tribunais e a outros grupos com formação maioritariamente não superior!
Viraram ainda mais a opinião pública e publicada contra uma classe que merece respeito e que nunca foi valorizada, precisamente porque não tem Sindicatos à sua altura, nem líderes capazes.
Novos sindicalismos ao poder!
As armas que nos propõem são anacrónicas e só funcionaram noutros séculos!
Nem sindicalismo manso e morno, nem tiros no pé!
Reinvente-se o Sindicalismo!


terça-feira, 12 de junho de 2018


HISTÓRIA AO VIVO


Iniciei este blog com a caça ao anacronismo, o pecado maior do historiador.
No início do mês, liguei para a RTP Madeira e fiquei maravilhada com uma iniciativa meritória que as escolas de Machico realizam anualmente, desde 2006 e que já conseguiram envolver a comunidade, de tal modo, que até há autocarros de turismo direccionados para aquela cidade, para participarem ativamente na iniciativa de História ao vivo.
O espetáculo era de tal modo interessante que até eu me prendi aos aspetos lúdicos e só reparei nos anacronismos quando o jornalista perguntou a um participante se não era interessante aprender assim História, de um modo acessível e prático?!
 Aí caí em mim e reparei nos inúmeros anacronismos, a começar por ser um mercado quinhentista, mas estar a recriar um acontecimento datado de 1440 - a elevação de Machico a capitania.
Era tão simples, bastava mudar a designação para mercado quatrocentista!
O enviado do rei chegava numa nau, havia venda popular de especiarias orientais, enfim, tudo ainda na primeira metade do século XV?!
Nada de grave, dirão…o que importa é que foi giro!!!...
E se daqui a um século alguém organizasse uma atividade divertida sobre o fim da primeira guerra mundial, por exemplo, e aparecesse o Trump a escrever tweets, o Macron a encontrar-se com a senhora Merkel, o Marcelo a dar beijinhos aos sem abrigo…?????

Tenho pena que tanto trabalho e tão envolvente e partindo a iniciativa de professores de História, não prime pelo rigor e coloque o entretenimento acima do rigor científico.
Nunca me esqueço da entrevista de Vitorino Magalhães Godinho ao JL, no início deste século, em que alertava para os perigos da História espetáculo, referia o pecado do anacronismo e a aparente facilidade da História, lamentando que toda a gente achasse que sabe História só porque ela usa a nossa linguagem, não recorrendo a fórmulas nem ao solfejo nem a códigos.


sexta-feira, 30 de março de 2018

AQUELE ALUNO É MESMO INTELIGENTE!

SEMPRE QUE TENHO DE IR A UMA SALA DE PROFESSORES OIÇO CONVERSAS DO SÉCULO PASSADO E FICO MALDISPOSTA! QUANDO TENHO CONSELHOS DE TURMA, AINDA FICO PIOR!
TANTO TEMPO APÓS GUILFORD, GARDNER, GOLEMAN E DAMÁSIO…O NOSSO DAMÁSIO…CONTINUAMOS A FALAR DE ALUNOS COMO SE A INTELIGÊNCIA FOSSE ÚNICA E NÃO MÚLTIPLA. DAMOS PARABÉNS AOS QUE, COM REDE FAMILIAR, SE DESTACAM DOS QUE, PARA CONSEGUIREM ALGUM SUCESSO, TÊM QUE FAZER UM ESFORÇO TREMENDO NESTE SISTEMA QUE SÓ VALORIZA A REPRODUÇÃO DE SABERES PRONTOS A CONSUMIR…
MAS ENCHEMOS A BOCA COM UM DISCURSO POLITICAMENTE CORRETO E FAZEMOS ARTICULAÇÕES HORIZONTAIS E VERTICAIS, OU SEJA, REGISTAMOS NUM PAPEL TODO CATITA, PONTOS COMUNS DO CURRÍCULO, NA CERTEZA DE QUE ESTAMOS A PRATICAR A TÃO ATRAIÇOADA INTERDISCIPLINARIDADE!
BUROCRACIA QUE VIESTE PARA ORGANIZAR O ESTADO E A QUE CHEGASTE?
REGISTAR NUM PAPEL É TUDO QUANTO A IGE QUER, DIZEM COM AR DE DOUTOS E PRONTO, ESTANDO REGISTADO, AUTOMATICAMENTE, OS ALUNOS VÃO APRENDER MELHOR E OS RESULTADOS VÃO SUBIR!
CLARO QUE OS RESULTADOS VÃO SUBIR COM ESTA ESTRATÉGIA E A PRESSÃO A ELA AGARRADA, MAS A APRENDIZAGEM, INFELIZMENTE, NÃO MELHORA ASSIM, SEM MUDANÇA REAL E SISTÉMICA.
DE QUALQUER MODO, RECONHEÇO QUE ESTA CHICOTADA NÃO SERÁ EM VÃO.
 DAQUI A UMA DÉCADA TALVEZ SE PASSE À FASE SEGUINTE…POIS, COMO DIZIA ALGUÉM, MUDAR O DISCURSO, JÁ É INICIAR A MUDANÇA!
PARABÉNS, PORTANTO E APESAR DE…

SEXO E GÉNERO OU A ETERNA CONFUSÃO DE CONCEITOS?!

MAL LI ESTE TÍTULO DO NOSSO PRESTIGIADO SEMANÁRIO, PENSEI: MAS POR QUE CARGA DE ÁGUA, PARA SE MUDAR DE GÉNERO, PRECISAMOS DE UMA LEI? SERÁ QUE A JORNALISTA NÃO FEZ O TPC? SERÁ QUE OS PARLAMENTARES TAMBÉM ACHAM QUE SEXO E GÉNERO SÃO A MESMA COISA? NÃO ME ADMIRAVA, POIS ABUNDAM FORMULÁRIOS OFICIAIS COM A ETERNA PERGUNTA SOBRE DE QUE GÉNERO SOMOS?!!!!!
PENSEI ENTÃO, MAS EU MUDO DE GÉNERO SEMPRE QUE ME APETECE E O MÁXIMO QUE ACONTECE É A CRÍTICA SOCIAL EM ALDEIAS MAIS ATRASADAS, COMO, NOS ANOS 60, NA ALDEIA CIMEIRA, EM QUE ME CHAMARAM DE CALÇUDA, POR OUSAR IR LÁ DE CALÇAS COMPRIDAS!...
PRECISAMENTE NO ANO EM QUE O TEMA A DEBATE DO PARLAMENTO DOS JOVENS É O QUE É, SERÁ QUE OS MEUS ALUNOS VÃO ENSINAR AOS SENHORES DEPUTADOS CRESCIDOS QUE GÉNERO É UMA CONSTRUÇÃO SOCIAL E QUE SEXO É ALGO DE BIOLÓGICO?! MUDAR DE GÉNERO OU MUDAR MENTALIDADES PARA QUE DESAPAREÇA A DESIGUALDADE DE GÉNERO?!
 MUDAR DE GÉNERO ESCREVENDO NO CARTÃO DO CIDADÃO AOS 16 ANOS E/OU VIA CIRURGIA AOS 18 ANOS?! QUE BOM, JÁ HÁ CIRURGIAS PARA MUDAR MENTALIDADES E EU NÃO SABIA!...
FAZ-ME LEMBRAR O EÇA QUE PÕE UMA DONDOCA A DIZER QUE ENCONTROU O DÉFICE NA RUA!
ESTAMOS A PRECISAR MESMO DE UM EÇA!...