sexta-feira, 30 de maio de 2014


TALENTOS, CIÊNCIA, IGNORÂNCIA E PRECONCEITO


Preconceito, sim, mas não é só em relação à mulher!
Há ainda muitos outros preconceitos que impedem o avanço da Ciência e vêm do seu interior!
A propósito de um artigo de Carlos Ramos, Bastonário da Ordem dos Engenheiros, publicado no Público online de 28-5-2014, apetece-me perguntar se ainda estamos no início do século XX, quando Einstein ainda não tinha demonstrado que o conceito cartesiano de ciência estava ultrapassado?!
Mais de um século decorrido, continua o preconceito em relação às Ciências Sociais e continuamos a hierarquizar ciências, como se hierarquizava as artes, dividindo-as em maiores e menores e até ignorando outras, que nem entravam na classificação!
Apesar da atual conjuntura e da evidência de que a crise global que estamos a viver se deve, entre outros factores, ao desprezo pelas Humanidades, ainda continuamos a identificar Ciência com provetas, laboratórios, fórmulas!
Experimentem clicar na Internet e vejam o que aparece e, sobretudo, o que não aparece!...
Neste contexto, é notável a coragem do já chamado Marx do século XXI, o economista francês Thomas Piketty, o qual tem afirmado que se tivesse ficado no tão famoso MIT teria feito textos teóricos, pois, sem pesquisa histórica nunca chegaria às Fontes.
Homenageemos também o saudoso Barradas de Carvalho que nos ensinou aquela máxima: qualquer ciência que ignore a dimensão histórica, pode até pensar que o é, mas nunca o será!...
Ora, o supradito Bastonário lamenta a saída de talentos e faz muito bem.
 Já não parece tão bem, identificar talentos com engenheiros e cientistas apenas das áreas tradicionais.
 Os outros também fazem falta! Também há «Brains» em outras áreas!
Se as ciências têm todas que trabalhar em colaboração, então lamentemos a fuga de talentos de todas as áreas, independentemente dos mercados e dos critérios socialmente mais badalados!...




quarta-feira, 28 de maio de 2014

O «ARCO DA GOVERNAÇÃO» OU CONTINUAMOS NO SÉCULO XIX?







SERÁ QUE AS CRÍTICAS DE BORDALO PINHEIRO AINDA CONTINUAM ATUAIS?

ESTE ROTATIVISMO PARTIDÁRIO É PARA CONTINUAR?

RESPONDA QUEM SOUBER...

sexta-feira, 23 de maio de 2014

ELEIÇÕES EUROPEIAS DE 2014

INFELIZMENTE, MAIS UMA OPORTUNIDADE PERDIDA!
E NÃO ME VENHAM DIZER QUE OS CIDADÃOS ESTÃO DESLIGADOS DA PROBLEMÁTICA EUROPEIA PORQUE O PROJETO EUROPEU NÃO INTERESSA!
AS CAMPANHAS ELEITORAIS SÃO PARA QUÊ? OS POLÍTICOS NÃO TÊM OBRIGAÇÃO DE FAZER PEDAGOGIA?
A ÉTICA DA RESPONSABILIDADE NÃO OBRIGARIA A UMA CAMPANHA DIGNA?
QUE SE FEZ DESTA CAMPANHA? QUEM EXPLICOU AO POVO O QUE ESTAVA VERDADEIRAMENTE EM CAUSA?
E OS JORNALISTAS? NÃO DEVERIAM TER EXERCIDO UM PAPEL MAIS RESPONSÁVEL?
TODA A GENTE EMBARCOU NAQUELA VELHA E TONTA IDEIA DE CASTIGAR GOVERNOS!
E SE SE USASSE AS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS PORTUGUESAS PARA CASTIGAR OS AUTARCAS? NÃO SERIA ESTÚPIDO? MAS, EM ESCALAS DIFERENTES, É O QUE SE FAZ SEMPRE COM AS ELEIÇÕES EUROPEIAS!
QUEM TEM MEDO DE EXPLICAR AO POVO QUE NO PARLAMENTO EUROPEU NÃO HÁ BANCADAS POR PAÍSES?
QUE GRUPOS POLÍTICOS ESCLARECERAM OS SEUS ELEITORES SOBRE A BANCADA ONDE PRETENDEM SENTAR-SE?
QUEM EXPLICOU QUAIS OS ORGÃOS DA UNIÃO, SUAS ATRIBUIÇÕES E FUNCIONAMENTO? QUEM DISCUTIU O FEDERALISMO? QUEM DEBATEU QUESTÕES EUROPEIAS MESMO?
TÊM MEDO DE QUÊ?!...
VAMOS OUVI-LOS NO DOMINGO À NOITE!...
ANTÓNIO NÓVOA E A EDUCAÇÃO EM PORTUGAL

A jornalista Carolina Freitas entrevistou Sampaio da Nóvoa (JL de 30 de abril a 13 de maio de 2014) e o resultado foi uma excelente conversa sobre educação que nada tem a ver com o tão apregoado e inexistente eduquês. Este exímio pedagogo sublinhou várias ideias que são o oposto do que está na moda dizer. Por exemplo, o otimismo e o pessimismo, o empreendedorismo e a excelência, a corrida aos cursos que dão empregos, etc..
Contrariamente ao que normalmente acontece, este estudioso da Educação não apresenta uma visão catastrofista da realidade (ou não fosse ele da História!) e apresenta os 4 «Es» da atual política educativa em Portugal (se é que ela existe?!) de um modo muito crítico e reflexivo, desconstruindo-os mesmo. Escolha, Excelência, Empregabilidade e Empreendedorismo não são a panaceia ideal e nem sequer culpa as palavras e os conceitos em abstrato, mas a forma como se usa e abusa destes conceitos.
O modo como define o professor (aquele que ensina os alunos que não querem aprender), as referências à Cidade Educadora (por oposição ao conceito de escola transbordante que tão bem definiu na obra EvidenteMente) e a ancoragem no contrato educativo do século XXI (A Educação faz-se em todos os Lugares) fazem desta entrevista um espaço de otimismo e uma pedrada no charco neste clima árido em que caiu o discurso sobre Educação nos últimos tempos.